Título:Madrugada da Traição (The Naked Dawn)
Ano: 1955
Duração: 82min
Sinopse:Fazendeiro acaba se envolvendo num assalto para conseguir dinheiro( Não vou alargar muito para não quebrar a magia da história).
Nacionalidade:Estados Unidos
Gênero:Ação/Drama/Policial/Romance/Western
Direção: Edgar Ulmer
Arthur Kennedy | Santiago(Santiago) |
Betta St. John | Maria Lopez(Maria Lopez) |
Charlita | Tita (entertainer)(Tita (entertainer)) |
Eugene Iglesias | Manuel Lopez(Manuel Lopez) |
Francis McDonald | Railroad guard(Railroad guard) |
Roy Engel | Guntz (fence)(Guntz (fence)) |
Tony Martinez | Vicente(Vicente) |
COMENTÁRIO:
Tudo o que o cinema pode exprimir se encontra neste “pequeno” filme, meio-western, meio-filme de aventuras, de uma limpidez e riqueza de sentido que se aproxima do sublime. Em vinte e cinco anos de carreira, Ulmer teve tempo de digerir as influências mais distantes e mais fecundas ( o Kammerspiel pela expressividade dos cenários reduzidos, Murnau pela universalidade e densidade cósmicas do tema). Pressionado pelas circunstâncias, ele cultivou igualmente, até os limites da genialidade, seu sentido de economia dramática; na verdade, senso de economia em todos os sentidos. Madrugada da traição representa a súmula de sua obra, mas ao mesmo tempo é um filme tão simples, tão acessível que pode lhe servir de introdução. É uma “morality play” ( fábula de dimensão moral, anterior à Renascença), gênero tão amado por seu autor, que conta a história de um homem cheio de defeitos mas ainda maleável que entra, graças a um irmão mais velho, por um caminho no qual ele tenha talvez a chance de se aperfeiçoar. Seu mentor é um ladrão, personagem não-respeitável por excelência, mas que tem a seu favor a experiência e a lucidez.Ao contrário do jovem, este não é um falastrão e não se utiliza de “máscaras” na convivência social.
Isto é apenas a trama da obra, que contém também uma parábola de diversos níveis e oferece uma série muito rica de variações sobre a errância e a vida sedentária, a dilapidação e a acumulação de bens, a exclusão, a participação,a lucidez e a hipocrisia. Toda verdade, nesta narrativa de diálogos literários e plenos de sentido, é nuançada por seu contrário. Formalmente, o filme reflete esta dualidade. Para seu segundo filme em cores ( o primeiro, Babes in Bagdad, 1952, era uma farsa onde a cor era utilizada de forma burlesca), Ulmer confere às aparências uma doçura, uma luminosidade, uma redondez, uma riqueza de pátina que poder-se-ia chamar de renoiriana ( ver com efeito sua pintura do personagem de Betta St. John). Ao mesmo tempo, através do personagem de Arthur Kennedy, o filme destila uma melancolia pungente, que facilmente se alça ao nível do trágico. O talento único do cineasta está completamente contido na primeira seqüência ( um aventureiro ajuda seu companheiro morrer). Aqui, a emoção atinge seu auge, já se mostra uma emoção de fim de filme, embora a história mal tenha começado.
Quem sou eu para dizer que este filme é uma obra-prima. Seria melhor perguntar para John Ford, Howard Hawks, Budd Boettincher... Apenas posso garantir que, quando acabei de assistir a este maravilhoso filme, encontrei-me com um grande sorriso na boca... De admiração e de felicidade!!!
GRANDE ABRAÇO A TODOS QUE ACOMPANHAM O ''SOMBRAS VERMELHAS''...
Ass. JACK BAUER(Jean Carlos)
PREÇO DESTE FILME: 40,00
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