O chamado cinema western, também popularizado sob os termos "filmes de cowboys" ou "filmes de faroeste", compõe um gênero clássico do cinema norte-americano (ainda que outros países tenham produzido westerns, como aconteceu em Itália, com os seus western spaghetti). O termo inglês western significa "ocidental" e refere-se à fronteira do Oeste norte-americano durante a colonização. Esta região era também chamada de far west - e é daqui que provém o termo usado no Brasil e Portugal, faroeste (também se usou o termo juvenil bang-bang, na promoção das antigas matinês e de quadrinhos). Os westerns podem ser quaisquer formas de arte que representem, de forma romanceada, acontecimentos desta época e região. Além do cinema, podemos referir ainda a escultura, literatura, pintura e programas de televisão.
Ainda que os westerns tenham sido um dos géneros cinematográficos mais populares da história do cinema e ainda tenha muitos fãs, a produção de filmes deste género é praticamente residual nos tempos que correm, principalmente depois do desastre comercial do filme Heaven's Gate (As portas do céu, em Portugal e O portal do paraíso no Brasil), de Michael Cimino, no início da década de 1980. Contudo, houve ainda alguns sucessos comerciais posteriores que foram, inclusive, galardoados com o Óscar de melhor filme, como Dances with Wolves (Dança com Lobos) de Kevin Costner, ou Unforgiven (Os Imperdoáveis, no Brasil) de Clint Eastwood. Mas os westerns que vêm à memória da maioria dos cinéfilos são, mesmo, os da sua época áurea: os filmes de John Ford, Howard Hawks, entre outros nomes primeiros do cinema.

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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

DJANGO


SINOPSE:

Na fronteira mexicana, duas gangues rivais respectivamente lideradas pelo Najor americano Winchester Jack e pelo General mexicano Hugo Rodrigues - são surpreendidos por um pistoleiro chamado django, que chega arrastando um misterioso caixão. Disposto a vingar a morte de sua esposa, Django parte para uma luta sangrenta contra os bandidos das duas facções. Quem irá vencer no final? E o que Django traz dentro do caixão? Um western repleto de ação, recheado com tiroteios e lutas, com excelente fotografia e trilha sonora.



Título no Brasil:  Django
Título Original:  Django
País de Origem:  Itália / Espanha
Gênero:  Faroeste
Tempo de Duração: 97 minutos
Ano de Lançamento:  1966



Franco Nero ... Django
José Bódalo ... Gen. Hugo Rodriguez
Loredana Nusciak ... Maria
Ángel Álvarez ... Nataniele (Bartender)
Gino Pernice ... Jonathan






Comentário:



Com a explosão do chamado western spaghetti, entre as décadas de 1960 e 1970, o diretor italiano Sergio Corbucci ganhou, entre cinéfilos e admiradores do subgênero, a ingrata alcunha de “o outro Sergio”. O apelido era referência direta a Sergio Leone, mais talentoso cineasta a militar no movimento. Pouca gente sabia, entretanto, que Corbucci tinha sido assistente de Leone, e que partira para carreira solo ao mesmo tempo em que o mentor produzia o primeiro exemplar do western spaghetti, “Por Um Punhado de Dólares”, em 1964. “Django” (Itália/Espanha, 1966) foi feito quase ao mesmo tempo, só que acabou lançado dois anos depois.
A rigor, Corbucci bebia na mesma fonte de Leone. Os dois utilizaram a mesma estrutura arquetípica para criar a figura do pistoleiro misterioso, infalível com a pistola e de passado incerto, que perturbava a ordem de cidadezinhas perdidas no meio da vastidão dos desertos do meio-oeste norte-americano. Nos dois casos, são heróis de ética própria, cuja moral está a serviço de si mesmo e acima de conceitos como Bem e Mal. Mas os resultados foram distintos. O talento levou Leone ao sucesso de crítica e a uma carreira em Hollywood. Já o apenas competente Corbucci jamais conseguiu ultrapassar a barreira do filme B.
É interessante perceber que “Django”, apesar de tido como um filme inferior, influenciaria os dois filmes seguintes de Leone. Em “Por uns Dólares a Mais” e “Três Homens em Conflito”, o personagem de Clint Eastwood torna-se ainda mais silencioso e mais enigmático, o que lhe empresta uma aura quase mítica. Esses detalhes, que refinaram o imortal “homem sem nome” de Sergio Leone, são emprestados do Django de Franco Nero. Aliás, a persona do vingador misterioso se tornaria imprescindível para todo o western spaghetti. O subgênero, que gerou perto de 600 longas-metragens até meados dos anos 1970, criou dezenas de heróis idênticos.
                      FRANCO NERO E SUA ESPOSA, A GRANDE ATRIZ VANESSA REDGRAVE, NO FESTIVAL DE VENEZA, NO ANO PASSADO.




A origem desses vingadores enigmáticos pode ser encontrada nos quadrinhos de faroeste, muito populares na Itália. Mas Django e o homem sem nome de Clint Eastwood puseram esse arquétipo no mapa dos cineastas. Nesse sentido, a poderosa imagem de abertura de “Django” é insuperável. A tomada mostra nosso herói caminhando por uma planície lamacenta e carregando um caixão. Sim, um caixão. Uma música dramática, quase operística, acompanha a caminhada solitária. A presencia da bagagem macabra apenas acentua a curiosidade: quem é esse homem? O caixão está vazio, guarda algo ou alguém?
A cena, embora criada como pano de fundo para a exibição dos créditos do filme, é a melhor do longa-metragem. Uma vez que o filme inicia, contudo, a semelhança da história com o primeiro faroeste de Sergio Leone é grande demais para ser ignorada. Django (Neri) chega a uma pequena cidade, cenário da luta de dois grupos de bandidos (militares renegados X bandoleiros mexicanos), para obter uma vingança. Nos dois filmes há cemitérios e caixões desempenhando papel importante. Mas a obra de Sergio Corbucci abre com mais perguntas do que a do compadre Leone: o que Django deseja vingar? E o que raios existe dentro do caixão, afinal? Essas perguntas serão respondidas mais rapidamente do que esperamos, já que após os 30 minutos de projeção a trama de vingança dá lugar a um assalto impossível, e envereda por outro caminho.
Django é um pistoleiro na melhor tradição do western spaghetti: frio, ousado, veloz e de mira quase sobrenatural. O personagem é trabalhado por Corbucci com o mesmo estilo operístico de Sergio Leone. Ele abusa de closes que apanham o rosto de Django quase sempre encoberto pelo chapéu, o que acentua ainda mais o enigma do forasteiro e valoriza o azul límpido dos olhos do ator. O diretor prefere, também, valorizar os momentos de tensão pré-tiroteio, ao invés de exibir-se nas seqüências de violência e ação.
Inserido dentro da tradição do western spaghetti, “Django” foi feito com orçamento minúsculo, o que dá ao filme a aparência tosca de um filme B. O orçamento é tão pequeno que não há sangue nos tiroteios: os atingidos têm quedas acrobáticas e morrem sem que sejam vistas manchas vermelhas nas roupas. A razão disso não foi a censura, como prova uma cena, particularmente perturbadora, em que os mexicanos torturam um ianque. O problema foi a falta de dinheiro mesmo.
Esse detalhe não impediu Corbucci de colocar no enredo todas as marcas registradas do que se tornaria o gênero, como os cenários repletos de lama (um elemento de que Leone não gostava), as construções devastadas como se fizessem parte de uma cidade-fantasma e um ótimo criador de trilhas sonoras. Luiz Bacalov, como se sabe, ficaria conhecido por emular com perfeição o estilo de Ennio Morricone.
“Django” pode não ter feito fama como os filmes de Sergio Leone, mas consagrou-se como um dos melhores exemplares do western spaghetti e não passou despercebido para os admiradores do estilo. Robert Rodriguez, por exemplo, apenas trocou o exótico caixão do pistoleiro por uma caixa de violão para criar seu assassino mariachi. E Quentin Tarantino, o mais famoso fã de faroestes italianos, fez uma citação bem evidente da cena da tortura de “Django” no seu trabalho de abertura, “Cães de Aluguel”.
O lançamento brasileiro leva a assinatura da New Line Home Video. A cópia de “Django” tem imagem widescreen 1.85:1, com razoável qualidade, e duas trilhas de áudio Dolby Digital 2.0 (em inglês e português).
Comentário por: Rodrigo Carneiro, do cine reporter.
 CÓPIA DO ORIGINAL. DUBLADO E LEGENDADO. COLORIDO.


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